Embora o enorme potencial do passo do Brasil para o domínio regulamentado não seja esquecido por ninguém, as perspectivas apresentadas pela região mais ampla da América Latina devem permanecer firmemente na mente de fornecedores e operadoras.

Essas são as ideias do CEO do TG Lab, Ugnius Simelionis, que forneceu um amplo e profundo conhecimento sobre o que exatamente o continente tem a oferecer e, principalmente, como alcançar essas ambições grandiosas.

Todos estão olhando para América Latina

Aspirações substanciais emanam de todo o setor, já que aparentemente todos os olhares se voltam para o continente e para uma nação em particular. No entanto, embora seja impossível sugerir que cada um deles colherá as recompensas desejadas, Simelionis enfatiza a confiança no que ele acredita ser um passo natural.

Com operações bem estabelecidas em toda a Europa regulamentada e no Oriente Médio com algumas das maiores marcas do setor, a América Latina é rotulada como uma direção razoável para expandir os negócios nos próximos anos.

“SABEMOS COMO O CAMPO É COMPETITIVO AQUI E PLANEJAMOS MANTER A GRANDE VANTAGEM QUE TEMOS”

“Ainda estamos atendendo a clientes em diferentes regiões e ainda estamos explorando oportunidades em diferentes regiões”, afirmou Simelionis.

O CEO acrescentou: “No entanto, no geral, acho que o maior esforço para avançar seria a América Latina. Queremos nos tornar uma das plataformas líderes nessa região, e nossa tecnologia de classe mundial é a força motriz por trás disso”.

Em meio a uma aparente queda de todo o setor no continente, surge uma infinidade de desafios que devem ser enfrentados e superados para deixar a marca desejada em uma ou mais jurisdições específicas.

Para Simelionis, a atenção está voltada primeiramente para a necessidade de diferenciar totalmente a nação mais comentada das demais. O Brasil e a América Latina, segundo ele, devem ser tratados como mercados completamente diferentes, com desejos muito diferentes.

“O Brasil é um mercado enorme, enorme, enorme, é claro. Já lançamos com uma grande marca, com muitos outros grandes nomes que virão em breve”, comentou.

Simelionis disse, ainda: “Pensamos globalmente, mas agimos localmente. Nosso trabalho é oferecer o melhor serviço localizado do mercado, e já estamos trabalhando ativamente com advogados locais e especialistas em conformidade que entendem como o país funciona, bem como com os melhores profissionais de produtos do mercado”.

“Estamos aqui para entender cada peça do quebra-cabeça, mas não temos pressa em expandir, porque esse mercado tem seus próprios desafios e todos estão apenas tentando entendê-los, adaptar-se e prever o que está por vir. Sabemos como o campo é competitivo aqui e planejamos manter a grande vantagem que temos como pioneiros”, destacou o CEO.

“TUDO SE RESUME A ENTENDER AS NUANCES E ENTREGAR DE ACORDO”

Aclamando a localização como um “ponto forte” do TG Lab, Simelionis reiterou a necessidade de diferentes tipos de produtos devido a diversas variações importantes entre as localidades, principalmente culturais e linguísticas.

Citando o Brasil como exemplo, ele explica: “Concluímos uma aquisição no Brasil para que a plataforma tenha especialistas locais em desenvolvimento, não apenas como gerentes de contas, mas também desenvolvedores, DevOps e todas as equipes que podem trabalhar nesse fuso horário. Enquanto outros estão falando sobre a criação de um escritório no Brasil, nós já temos um escritório em pleno funcionamento com os melhores talentos.

“Mas, ao mesmo tempo, essa plataforma estava trabalhando com os clientes de língua espanhola e é aí que eles têm a experiência”, disse ele.

E garantiu: “Estamos formando equipes que têm um conhecimento verdadeiramente localizado – é assim que você se torna o melhor. Nossas equipes são capazes de trabalhar no Brasil e em países de língua espanhola. Além disso, essas equipes também têm culturas, idiomas e abordagens gerais diferentes, o que as torna perfeitas para atender aos mercados locais”.

“O importante é entender as nuances e fazer a entrega de acordo com elas. O Brasil é um mercado grande, empolgante, mas turbulento e experimental, enquanto os países de língua espanhola são muito, muito avançados, o que exige um tipo de entrega completamente diferente”, ressaltou.

“É claro que também existem grandes diferenças entre o Brasil e a Argentina, Colômbia, Peru, etc. Quando se trata do restante da América Latina, esses são mercados regulamentados estabelecidos que sabem o que querem. Tudo no Brasil é novo. É um pouco como o Velho Oeste, mas estamos prontos para o desafio”, acrescentou Simelionis.

“TRATA-SE DE PROCURAR OFERECER UMA VANTAGEM EXTRA PARA OPERADORAS”

Brasil: estratégias para o sucesso

Uma abordagem lenta e constante acabará dando frutos para o TB Lab, garante Simelionis, ao ser questionado sobre as estratégias que estão sendo implantadas para ganhar o terreno desejado no Brasil.

Apesar de sugerir que o país talvez seja um pouco dinâmico demais, a localização mais uma vez aparece como um componente vital da perspectiva do desenvolvedor de software de iGaming, apesar de certos ventos contrários.

“Do ponto de vista técnico, a localização e algumas ferramentas locais são um pouco desafiadoras, mas isso é consistente para todas as operadoras no Brasil nos primeiros meses”, continuou Simelionis.

E afirmou: “Todo mundo reclama das taxas de conversão, mas nós vemos as melhorias e trabalhamos muito nelas. Como você pode melhorar isso, como fornecedor, você pode fazer algo a mais, além do que os provedores de KYC gerenciam. É tudo uma questão de procurar oferecer uma vantagem extra para as operadoras”.

Além disso, um aviso para não andar antes de correr também é emitido, mas é melhor se concentrar no progresso gradual, pois o CEO do TG Lab compartilha a importância de não ser muito agressivo em sua abordagem.

A partir de uma emissão de cautela, fala-se de uma possível preocupação no que diz respeito à direção futura do mercado. Isso se concentra em “lançar novas ideias regulatórias”, o que ele teme que possa levar à perda do conceito central de regulação do Brasil e à introdução de um ambiente excessivamente regulado.

“…TEMOS UMA DAS MELHORES EQUIPES LOCAIS E AGORA SÓ PRECISAMOS NOS CONCENTRAR EM BONS PARCEIROS!”

Sobre o caminho potencial da própria empresa, Simelionis continuou: “Este ano, vamos nos concentrar em nossos parceiros de primeira linha e ajudá-los a entrar no mercado quando estiverem prontos, mas primeiro queremos entender o mercado e quem são os primeiros colocados”.

“Já fincamos nossa bandeira, temos uma das melhores equipes locais e agora só precisamos nos concentrar em bons parceiros, porque investimos em nós mesmos, por meio de tecnologia e recursos de desenvolvimento, o que já é uma vantagem real para nós, por isso não precisamos nos estender demais”, disse o CEO.

Não se torne um novo Reino Unido

Longe do indiscutível ponto focal do setor nos últimos tempos, o TG Lab vem se estabelecendo discretamente em vários países do continente.

No entanto, apesar de reconhecer o potencial que existe nesses países, como Argentina, Paraguai, Peru e Colômbia, é feito um apelo para que não se siga o exemplo de outros lugares.

Em primeiro lugar, porém, o Simelionis abordou duas metas para 2025: aumentar sua base de clientes no quarteto mencionado acima e, potencialmente, adicionar mais um ou dois mercados regulamentados, antes de avaliar sua posição atual e direção futura.

“PODERIA SIMPLESMENTE SE TORNAR UM NOVO REINO UNIDO, QUE É PROVAVELMENTE O ÚNICO MERCADO NO MUNDO em que AS PESSOAS NÃO QUEREM MAIS OPERAR”

O Peru e a Colômbia são mercados muito bons”, afirmou Simelionis, acrescentando: “Eles têm uma compreensão muito boa do produto. Eles realmente querem ter um produto de ponta nesses mercados e competir. As pessoas são profissionais. São mercados realmente bons e avançados”.

Segundo o CEO, “o único problema é que esses países começaram bem com as regulamentações, mas agora os governos estão tentando apertar um pouco demais e há um alto risco de que, com as atualizações criativas de impostos que estão chegando em ambos os países, isso se torne realmente difícil para as operadoras ganharem dinheiro e expandirem seus negócios”.

“Há melhorias tributárias tanto na Colômbia quanto no Peru, o que pode mudar drasticamente a situação para as operadoras, bem como em uma base B2B”, disse ele.

“Poderia se tornar um novo Reino Unido, que é provavelmente o único mercado no mundo em que as pessoas não querem mais operar. Ele é excessivamente regulamentado até a insanidade – e tem um dos mercados negros que mais crescem. Isso deveria ser um verdadeiro alerta”, concluiu Simelionis.